terça-feira, 24 de abril de 2012

Histórias Do Caçador De Monstros Nº1 O Canibal

    Já fazia um mês desde o desaparecimento daquela garota devo admitir que estava preocupado, a quinta em menos de um ano, não demora muito até os restos aparecerem cerca de dois meses após o desaparecimento. Minha teoria se mantinha a mesma aquilo provavelmente era obra de um serial killer, poderia ser algo muito grande para mim. Muitas vezes pensei em deixar o caso nas mãos da polícia mas a família de Cat implorou que eu os ajudasse, ofereceu uma quantia particularmente alta não iria recusar.
    As mortes não tinham nenhum padrão a não ser q as vitimas eram do sexo feminino entre dez e quinze anos, as famílias não se conheciam aconteceram em cidades diferentes, só restaram os ossos. Decidi me aprofundar no assunto, um canibal não começa do nada, deve haver algum outro crime que não teve tanta repercussão. Pedi pro Mike me passar a senha do site da polícia, ele o fez de bom grado, estudávamos juntos ele sempre me ajudou. Entrei no site digitei a senha e comecei a procurar, virei a noite e quando o sol estava nascendo encontrei algo.
    Era um relato de cinco anos atrás próximo ao vilarejo onde a primeira vítima desapareceu. Essa era uma mulher também cerca de vinte anos, desta sobrou a carcaça, os órgãos tinham desaparecido, um corte do ventre até a garganta. Pobrezinha sangrou até morrer e depois teve seus órgãos comidos. É um bom começo, no início suspeitaram de roubo de órgãos mas eu sei que não é isso. Isso está cheirando mal e não é a comida da pensão da dona Martha, ela cozinha muito mal.
    Sai pelas ruas, peguei um táxi para ir até o vilarejo onde a primeira vítima foi morta, cerca de cinquenta quilômetros da minha cidade. Paguei o motorista e desci, tinha uma foto da garota na mochila que sempre carrego comigo, ela tem tudo o que eu preciso, desde uma simples caneta até um facão que meu pai me deu. Era um lugar deserto, o nome era Hotreest Ville, era basicamente formada por algumas ruas e vielas, tive um pouco de medo. Por ser um lugar pequeno talvez conhecessem a moça.
    Perguntei no primeiro bar que encontrei, uma senhora que estava em uma das mesas logo me respondeu:
   _É realmente uma pena o que fizeram com a garota, Mas quem sofreu com isso mesmo foi o namorado, um rapaz cheio de sonhos. Nunca mais o vi desde a morte da moça, pobrezinho era um bom garoto, vivia ajudando as pessoas da vila... Bem eu sei disso mas se você tiver realmente interessado pode ir falar com os pais dela, mas vá devagar com eles. a alegria da família se foi com a garota...
    _Entendo... Muito obrigado por tudo.
    Sai do bar e segui as instruções que a senhora havia me passado, em menos de cinco minutos cheguei na casa da família da garota e toquei a campainha. Uma mulher com cabelos meio loiros meio grisalhos abriu a porta e foi super gentil, me convidou para entrar mas eu a interrompi:
    _É sobre sua falecida filha minha senhora- ela já ia fechando a porta mas eu a impedi com o meu pé- Isso pode ajudar a pegar o culpado por tudo isso. Ele matou mais quatro jovens e tem uma outra desaparecida. Outras famílias compartilham de sua dor, não posso dizer que entendo mas isso pode poupar mais uma vida, ainda há esperança para a garota. Eu lhe imploro, sei que é doloroso mas eu preciso de ajuda.

    A esta altura as lágrimas escorriam no rosto da mulher.
    _Entendo. Por favor entre...
    Logo que entramos tinha uma sala com mobilha rústica e por mais bonita e agradável que fosse tinha algo de estranho no ar. Ela apontou um sofá de madeira com belas almofadas para que eu me sentasse, depois foi até a cozinha e me trouxe uma xícara de café meio amargo. Ela sentou-se numa poltrona e tomou um pouco do café, olhou pra mim com seus olhos castanhos por uns segundos e por fim perguntou:
    _Bem. O que o senhor quer saber?
    _Primeiramente não me apresentei, perdoe-me, meu nome é Kyle Mills, muito prazer. Sou detetive particular e fui contratado pela família da recém sequestrada Caterin, eu estudo casos um tanto fora do normal mas devo admitir que este me surpreendeu. Mas voltando ao assunto eu gostaria que a senhora me falasse sobre a relação entre sua filha e o namorado dela.
    _Ah, sim o garoto era um amor de pessoa. Minha filha amava ele e ele a amava, muito lindo de se ver. Minha filha nunca chorou por algo que ele tenha feito, era tão doce quanto o açúcar.
    _A senhora não soube de nenhum desentendimento entre os dois?
    _Como eu disse ela nunca reclamou dele.
    _Nem na última semana de vida?
    _Espere um pouco. Pelo que eu entendi o senhor está acusando o Micheal de ter assassinado a minha filha. Isso é um absurdo, eu jamis conheci alguém como esse garoto, ele a amava demais nunca faria mal a ninguém muito menos a minha filha, eles eram um belo casal...
    _Desculpe não quis ofendê-la mas o amor nos faz fazer coisas inimagináveis. Não houve mesmo nenhum desentendimento entre os dois ou algo do gênero?
    _A última semana que viram minha filha ela estava na casa do pai biológico. Poucos sabem que meu marido não era o pai dela. Mas creio que o senhor tenha que desafiar as leis da física meu jovem pois ele morreu a duas semanas de causas naturais.
   _Obrigado pelo seu tempo. Agora eu já vou indo.
    Merda! Será que ele desconfiou de algo? Acho que não foram causas naturais, isso está fedendo, tenho que investigar. Talvez no necrotério.. Não já fazem duas semanas, eles não ficariam com um corpo que morrei de causas naturai sem contar que já deve estar apodrecendo. Pelo menos sei o nome do garoto: Micheal. Mas preciso do sobrenome. Voltei para o bar coletar mais informações, acabei descobrindo que o garoto era de um orfanato onde a antiga primeira vítima desapareceu. Já estava escurecendo por sorte era a menos de um quilômetro daqui. Peguei um ônibus, pois em  Hotreest Ville não haviam táxis.
    Logo que cheguei fui para o orfanato conversar com a freira responsável e ela não me disse nada que eu não soubesse: Ele era um menino muito amável. Finalmente achei um ponto de ligação com a primeira vítima mas o que será que as outras quatro cidades tem a ver. Me hospedei em um hotel bem na frente do orfanato, quem sabe ele fosse fazer um visitinha a seu antigo lar.
    Eu estava certo! Após cinco horas observando da janela um carro parou bem na frente do orfanato e um homem trajando terno e um chapéu de coco desceu. Mais que rápido vesti meu sobretudo, guardei o facão no bolso interno e desci as escadas. Toquei insistentemente a campainha mas ninguém apareceu. Fui um pouco mais ao lado e pulei o muro. Estava tudo calmo, nem parecia que a campainha de um orfanato tinha sido tocada, desconfiei de algum fio solto mas não tinha tempo pra checar.
    Passei pelo jardim e fui em direção a porta da frente que estava escancarada. Estava muito exitado, mas me lembrei que eu deixei a lanterna dentro da mochila. Que droga. Peguei minha faca e fui caminhando, passei o hall e um salão, avistei no topo das escadas uma claridade, subi . Ouvi um grito, meu coração parou. Corri o mais rápido que pude e entrei no quarto que estava com a luz acesa.
    "Pá" um estouro muito alto. Senti um forte agulhada no ombro e o sangue quente escorreu pelo braço. A freira já estava caída, provavelmente morta. Ouvi passos, estava cego de dor, então tomei uma pancada na cabeça. Acordei não sei quanto tempo depois, estava amarrado e amordaçado em uma cadeira, uma forte luz estava apontada para o meu rosto não enxergava nada só um clarão produzido pela lâmpada. Muito em breve eu estaria morto. Pensei na pobre Cat e nas crianças do orfanato. Não podia fazer mais nada, além de rezar para escapar vivo dessa.
    Ouvi mais gritos de uma garotinha. Seria Cat? Ouvi passos na sala em que eu estava, a luz forte foi apagada e substituída por uma outra que estava no teto, demorei alguns segundos para voltar a enxergar. O homem de terno estava alí, aparentemente meu sangramento havia parado e o homem disse:
    _Creio que você já sabe quem eu sou... Sim sou o Micheal. Matei todas aquelas garotas. Agora você tem uma confissão detetive. Não vai dizer nada?- ele olhou pra mim- Esqueci que esta amordaçado- aproximou-se de mim e tirou o pano da minha boca- Não vai anotar isso detetive?
    Me lembrei na caneta no bolso de trás do meu sobretudo. Peguei-a e tentei usá-la para desatar os nós ou rasgar o pano que ele usou pra me amarrar. Pouco depois ele saiu da sala voltou com uma garotinha. Cat estava ali diante de mim viva. A caneta rasgava o pano aos poucos. Ele me lançou um olhar doentio e disse:
    _Vai vê-la morrer!- e riu- depois eu cuido de você. Era a minha chance faltava pouco para terminar com o pano. Ela agarrou os cabelos dela. A pobre Cat gritou, eu era a sua ultima esperança. Pronto consegui. Me livrei das amarras e segurei firme a caneta. Avancei pra cima do canibal, seus olhos negros me observaram assustados. Enfiei a caneta bem fundo na sua barriga. Enquanto ele se torcia de dor peguei a garota e corri o mais rápido que pude.
    Estava em um barracão no meio do mato. Sem rumo continuei correndo, Cat se cansou então a peguei no colo. Micheal gritou, estava próximo de nós, ouvi outro disparo da arma. Os lobos uivavam e o canibal se aproximava, encontrei um buraco onde me escondi junto com a Cat. Ele nos procurou durante muito tempo e gritava: Eu vou matar vocês!
    Cat adormeceu depois de um tempo. Pela manhã ele já havia desistido. Devo ter ficado um dia inteiro desmaiado após a pancada a cabeça que ainda latejava. Caminhei com a garota até chegarmos a cidade de Hotreest Ville onde encontrei um hospital. Dentro de dois dias eu já estaria renovado segundo o médico a bala não atingiu nenhum lugar de risco e o canibal já havia retirado a bala e fechado o buraco com pontos.
    A polícia chegou e relatei todo o caso. A garota foi salva mas o Canibal ainda está a solta.

Por: Darkness                   -You can not escape me

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